Análise: Sílvio Santos criou e destruiu a identidade do SBT
Com a pandemia do novo coronavírus, iniciada em março de 2020, Sílvio Santos, que faz parte do grupo de risco, teve que se afastar de suas funções dentro do SBT. No ano passado, o apresentador até chegou a fazer algumas gravações, mas logo teve que voltar ao isolamento, por ter se contaminado com o vírus durante uma de suas gravações. Sem nada para fazer, o SBT se tornou o principal brinquedo nas mãos do homem do baú.
Desde que iniciou a quarentena, Sílvio Santos lançou programa, cancelou programa, mudou horários, mexeu em absolutamente tudo que você possa imaginar na programação do SBT, apenas o “SBT Brasil” seguiu intocável no seu horário, pelo menos de inicio, já que de tempos em tempos terminava num horário diferente.
Com essas mudanças feitas por Sílvio Santos, o SBT foi ficando cada vez mais distante de sua identidade, a que era conhecida pelo grande público, de uma emissora alegre e com muito entretenimento, para se tornar um canal praticamente irrelevante ao grande público.
Quando falamos em SBT, logo lembramos dos programas de auditórios, das novelas mexicanas que fizeram sucesso, dos desenhos animados, das séries infantis, enfim, passa em nossa mente lembranças de uma emissora rica em entretenimento e bastante competitiva. Agora o que temos, é um canal totalmente sem rumo e sofrendo cada vez mais com o distanciamento do público.
Na faixa matinal, a emissora acabou com o “Bom Dia e Cia”, que marcou toda uma geração, para colocar no lugar um telejornal de gosto bastante duvidoso e sensacionalista, o “Primeiro Impacto”. As séries da tarde deram lugar a vídeos da internet, que não agregam em nada ao público que vê.
Nem mesmo as clássicas novelas mexicanas conseguem mais os resultados de outrora, muito em função das péssimas escolhas da emissora, que possui todo o catálogo da Televisa a sua disposição, mas continua apostando em reprises, e também pela péssima entrega do horário.
O “Fofocalizando” e o “Casos de Família”, que um dia foram competitivos, acabaram caindo no ostracismo, de tantas que foram as mudanças de formato e horário. A faixa noturna pouco foi tocada nos horários, mas também não traz nada de novo para o público, a não ser o lançamento de “Poliana”.
Mais que as mudanças de horário feitas por Sílvio Santos, o SBT se tornou uma emissora que parou no tempo, o sentimento que temos, é que a emissora jogou a toalha e pouco faz para mudar seus rumos. Esse comodismo afastou e afasta o público, que está ainda mais exigente, pois agora, existe uma grande concorrência, que não são apenas as emissoras de Televisão.
Apesar de ser a mais jovem, em idade, entre as principais emissora dos país, hoje o que vemos é um SBT velho e retrógado, parado e sem nenhuma perspectiva de melhor, e seu dono, que criou sua identidade, é também o responsável pelo seu fim.