A Record estreou na noite desta segunda-feira (17), sua mais nova produção bíblica, “A Rainha da Pérsia”, que conta, pela terceira vez, a história da personagem Esther, retratada na Bíblia Sagrada como uma ferramenta de Deus para livrar seu povo da morte. Mas apesar da boa história e sua popularidade, a trama foi marcada pelo ritmo arrastado, cenários artificiais e atuações por vezes exageradas. Contudo, conquistou a vice-liderança de audiência, porém, não alterou o que sua antecessora já marcava no horário.

A trama estreou com uma narração e desenhos ilustrando a contextualização da época, onde ficou mais parecendo um documentário do History do que uma produção de dramaturgia.  Além disso, esse artificio deixou a série monótona e didática demais.

O ritmo lento dos acontecimentos também deixou a trama pouco interessante.  Em 23 minutos de história, só haviam sido exibidas apenas quatro cenas, e muitas delas com intuito apenas de promover comportamentos conservadores pregados pela Igreja.

Ao público mais atento e crítico, o folhetim passa a grande impressão que foi produzido a toque de caixa pela emissora, dada artificialidade dos cenários. Algumas atuações também soaram exageradas em algumas ocasiões, como a de Camila Rodrigues, intérprete da Rainha Améstris. O Rei Xerxes I, defendido por Carlo Porto, ainda soou robótico neste primeiro capítulo.

“A Rainha da Pérsia” possui uma boa história, mas paga um preço alto por ser assinada por uma autora que caiu de paraquedas na profissão. Cristiane Cardoso não entregou o ritmo ágil e dinâmico que uma série pede e ainda tirou todos os atributos folhetinesco da trama e substituiu por dogmas religiosos defendidos pela Igreja Universal.    

Recepção

Apesar de todos os pontos fracos, as produções bíblicas ainda conquistam um público cativo e foi isso que aconteceu com “A Rainha da Pérsia”, que não cresceu e nem levantou a audiência da emissora no horário, mantendo apenas o segundo lugar isolado.

A trama, produzida pela Seriella, marcou segundo dados preliminares do Kantar Ibope 5,7 pontos de média e 7,2 de pico, somando 8,7% de participação em share na Grande São Paulo. Com o desempenho venceu os 4,2 alcançados pelo SBT, mas ficou bem longe da Globo que liderou com 25,6 pontos de média.

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