A nova metodologia na medição de audiência adotada recentemente pelo Kantar Ibope tem sido motivo de insatisfação para muitos executivos de mídia e emissoras como Globo Record e SBT, que não foram consultados sobre as mudanças e apontam falhas que comprometem os estudos feito pelo instituto, único responsável por medir o público da TV no Brasil.
Em declarações dadas ao portal Natelinha, sob condição de anonimato, esses profissionais apontaram que o trabalho desenvolvido pela Kantar não possui mais a eficácia que tinha nos anos 80 e 90. Além disso, a dificuldades em chegar a determinados locais, como favelas e comunidades, é registrado como uma das falhas que geram distorções nos resultados apresentados.
A insatisfação causada pelo instituto chegou até mesmo na ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), que em abril divulgou uma carta aberta falando sobre a necessidade de se desenvolver uma nova metodologia com a participação de todos os profissionais do ramo.
O Kantar Ibope se manifestou por meio de nota dizendo sua metodologia segue padrões internacionais. Contudo, a empresa reconheceu a necessidade de modernizar suas operações dizendo que o modelo híbrido é futuro e para que isso aconteça é necessário trabalho em equipe de todos os players.
Distorções nos resultados
Um dos problemas apontados por executivos das emissoras, é que o Kantar Ibope não consegue cruzar da TV com o YouTube por exemplo. Essa situação pode gerar problemas para os canais que disponibilizam seus sinais ou programas na plataforma.
Neste domingo (21), por volta das 20h, o SBT possuía cerca de 130,7 mil espectadores assistindo sua programação por meio do sinal no YouTube. Porém, na medição do Instituto esse público não seria contabilizado para a emissora de Sílvio Santos.
O mesmo ocorrer com o público que assiste o sinal da Record, Globo, Band, RedeTV!, por meio de outras plataformas utilizadas por essas emissoras. Portanto, essa será uma outra tarefa a ser solucionada pela empresa que está presente no Brasil há pelo menos oito décadas.