Relembre: Há 9 anos, Globo exibia último capítulo de “Geração Brasil”, seu maior fiasco no horário das sete
Com uma história a frente de seu tempo, tendo como pano de fundo a chamada ‘Geração Z’, a novela “Geração Brasil” terminava em 31 de outubro de 2014, levando o indigesto título de novela menos assistida na história da emissora às 19h. Superestimada pela direção da emissora, a trama se mostrou confusa e não agradou o grande público, ao contrário do primeiro trabalho do autor que foi um fenômeno.
Contextualizando a época, em 2014, a TV Globo enfrentava diversos problemas de audiência, um deles era o horário das sete, que vinha apresentando sucessivas quedas após o sucesso de “Cheias de Charme” (2012). Tudo começou com a nova versão de “Guerra dos Sexos”, que não agradou ao público na época e iniciou uma crise no horário.
Em 2013, a TV Globo lançou “Sangue Bom”, trama assinada por Maria Adelaide Amaral, que não foi um grande sucesso, mas na época conseguiu estancar a queda de audiência que vinha sofrendo o horário. O trabalho foi todo desfeito com “Além do Horizonte”, novela de Carlos Gregório e Marcos Bernstein, que afundaram de vez a faixa com 19,7 pontos de média geral.
Com seu nome em alta por conta de “Cheias de Charme”, Felipe Miguez foi escalado para salvar a audiência do horário. Para isso, a TV Globo escalou um elenco de peso na época, contando como nomes como Murilo Benício, Cláudia Abreu, Taís Araújo, Isabelle Drummond, Humberto Carrão, Dudu Azevedo, Ricardo Tozzi, Renata Sorrah, Felipe Adib, Lázaro Ramos, entre outros. Sem contar as grandes ações de divulgação do folhetim.
A trama se passa no Vale do Silício, Califórnia, e gira em torno de Jonas Marra, um gênio da computação e dos negócios que decide transferir a sede de sua empresa para o Brasil. Ele busca seu sucessor no país e encontra Davi, um jovem autodidata da computação que desenvolve um computador destinado ao ensino de programação. Davi conhece Manu, uma especialista em informática, e juntos participam do concurso Marra Brasil, desafiados por Jonas a criar um aplicativo revolucionário.
A trama também aborda a relação de Jonas com Pamela, sua esposa, e o surgimento de um triângulo amoroso entre eles e Verônica. O guru pop Brian Benson é o braço direito de Jonas e se envolve com Verônica. A novela fala de temas como tecnologia, inovação e relacionamentos em meio ao cenário do Vale do Silício.
Em 5 de maio de 2014, a novela entra no ar e logo de cara os números são bem razoáveis, girando em torno de 24 pontos. Durante um tempo, graças aos jogos da Copa do Mundo, a novela se manteve acima dos 20 pontos. A situação da novela piorou entre os meses de julho e outubro, quando chegou a marcar médias de apenas 15 pontos em São Paulo, resultado considerado crítico para o horário.
No fim, a novela terminou com média geral de 19,4 pontos na Grande São Paulo, sendo esse, até o momento, o pior resultado de uma novela das sete na emissora carioca. Na época, houve críticas quanto à falta de mistério e à confusão gerada pelas expressões modernas presentes no texto.
A novela ainda causou controvérsia devido à interpretação de supostas mensagens subliminares com conotação política em seu logotipo, que se assemelhava aos números dos partidos PSB e PSDB nas eleições de 2014. Isso levou a acusações de manipulação eleitoral por parte de alguns políticos e a uma resposta da Globo afirmando que se tratava de uma linguagem de hackers e gamers.
Apesar do fracasso aqui no Brasil, a novela foi exibida em diversos países ao redor do mundo, como São Tomé e Príncipe, Canadá, República Dominicana, Coreia do Sul, Bolívia, Honduras, Chile, Paraguai, El Salvador, Nicarágua, China, Portugal, Peru e Mongólia.
