ter. maio 14th, 2024

Fiascos incontestáveis, “Elas Por Elas” e “Fuzuê” não estão sozinhas nessa lista. Ao longo de sua história, a TV Globo já passou por diversos momentos difíceis, como há dez anos, quando tinha em cartaz “Joia Rara” e “Além do Horizonte”, na faixa das seis e sete, respectivamente. Os folhetins não conseguiram conquistar o público na época e bateram uma sequência de recordes negativos para a emissora carioca, que até então nunca tinha visto desempenhos tão ruins.

Em novembro de 2013, “Joia Rara” completava dois meses no ar e sua audiência ia de ladeira abaixo. A trama, que foi ambientada nos anos 40, abordou temas como espiritualidade, amor e superação. Mas, apesar das críticas positivas em torno da história, os números não reagiam. A sua média era de 17 pontos apenas, os mais baixos historicamente. 

Apostando em um grande elenco de estrelas com nomes como Bruno Gagliasso, Bianca Bin, Mel Maia e outros, a trama foi bastante elogiada pela complexidade e profundidade de suas personagens, assim como a atuação de um modo geral. Entre outros aspectos que foram elogiados em “Joia Rara”, podemos destacar a qualidade da produção, figurino e a reconstituição da época. 

Marcada por cenas de muito romance, drama e elementos esotéricos, a novela pecou ao apostar em uma narrativa lenta, o que foi apontado como um dos motivos para o afastamento do público, uma vez que a história foi exibida em pleno verão. Noveleiros de plantão consideram que essa foi uma das novelas mais injustiçadas da Globo. 

De acordo com dados consolidados do Kantar Ibope, o folhetim que contou com 173 capítulos, até tentou uma reação em sua reta final, mas registrou 18,4 pontos de média geral, sendo o índice considerado baixo para os padrões da época. Sua antecessora, “Flor do Caribe”, obteve 21,3 em São Paulo. Sua sucessora, “Meu Pedacinho de Chão” não conseguiu recuperar o horário e fechou com 17,8.

Naquela mesma época, a TV Globo exibia no horário das sete, “Além do Horizonte”, novela que estava estreando na programação e tinha a missão de manter os índices que foram erguidos por “Sangue Bom”, sua antecessora. A história até foi elogiada pela inovação na abordagem de gêneros, misturando aventura, romance e ficção científica. Além disso, elogiaram a qualidade da produção, incluindo a fotografia e os cenários. Mas nada disso foi o suficiente para convencer o público. 

O folhetim de Marcos Bernstein e Carlos Gregório, logo se mostrou complexa e confusa, dificultando o entendimento do público. De acordo com dados consolidados do Kantar Ibope, em seu primeiro mês, a trama atingiu 19,3 pontos de média, sendo os resultados (na época), os mais baixos na história do horário. 

Para salvar a novela de um desastre geral, os autores promoveram uma série de reviravoltas e transformações para atrair a atenção do público, mas a reação veio tarde demais e sua média geral foi de apenas 19,7 pontos em São Paulo. Mas para ter noção de como as mudanças estavam indo no caminho certo, o último capítulo bateu recorde com 26 pontos de média. Porém, sua sucessora, “Geração Brasil”, destruiu tudo e tirou o título de “Além do Horizonte” de maior fracasso às sete, ao fechar com 19,4 pontos em São Paulo. 

Enquanto isso, no horário das nove, Walcyr Carrasco brilhava sozinho com sua “Amor à Vida”, novela que em novembro de 2013 estava exibindo a revelação do segredo de Félix (Mateus Solano). A cena, exibida em 18 de novembro, rendeu ao folhetim 43 pontos de média em São Paulo. Sua média mensal naquele mês havia sido de 35,6 pontos e estava em plena ascensão. 

Bem diferente do momento atual, em que o autor sonha em alcançar 30 pontos com sua “Terra e Paixão”. A trama, estrelada por Bárbara Reis e Cauã Reymond, acumula 26 pontos de média em São Paulo, índice considerado o pior de uma novela assinada pelo autor no horário.